O caminho dos errantes

Fonte: Stellarium
     Quando contemplamos o céu a noite observamos a imensidão do universo, com a beleza de suas estrelas e, em meio a elas, estão alguns dos planetas do nosso Sistema Solar, que são visíveis a olho nu. Uma maneira de se diferenciar o planeta de uma estrela é através da cintilação, pois enquanto as estrelas ficam cintilando, o brilho dos planetas é fixo, permitindo diferencia-los.
     Na antiguidade, os planetas eram chamados de errantes, pois, ao contrário das estrelas, haviam momentos no ano em que eles “davam ré”, ou seja, ao invés de se mover de Leste para Oeste, como ocorre com os demais corpos celestes, haviam períodos em eles se deslocavam de Oeste para Leste, voltando ao sentido Leste-Oeste em seguida. Este movimento errante foi bem explicado a partir da teoria heliocêntrica de Copérnico, pois a partir do momento em que a Terra não era mais vista como centro do Universo, a “ré dos errantes” nada mais era do que o movimento de ultrapassagem do planeta Terra em nosso imenso carrossel solar.
     Outro fato interessante sobre os errantes está em sua trajetória, a qual é a mesma percorrida pelo Sol e pela Lua, sendo chamada de eclíptica. Este percurso passa próximo dos pontos cardeais Leste e Oeste, movendo-se geralmente de Leste para Oeste (este movimento só não ocorre com os errantes em alguns períodos do ano). Logo, em uma situação em que você estivesse perdido em algum lugar e necessita-se descobrir a direção Norte para achar o caminho de volta bastaria estender sua mão direita para o Oeste (onde o Sol se põe) e sua mão esquerda para o Leste (onde o Sol nasce), assim o Norte estaria na sua frente e o Sul atrás de você.
     Mas suponha que você está em algum lugar, já é noite e você não sabe onde o Sol nasce ou se põe. Então como conhecer os pontos cardeais? É fácil, olhe para as estrelas. O conhecimento das constelações irá te permitir saber o Leste, o Oeste e o Sul. Pois a região da eclíptica corresponde ao conjunto de constelações zodiacais (Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Virgem, Leão, Sagitário, Aquário, Peixes, Escorpião, Capricórnio, Libra e Ofiúcio). Junto com estas, podemos ver próximo ao Sul uma constelação muito conhecida, chamada de Cruzeiro do Sul.
     O Cruzeiro do Sul aponta para o Pólo Celeste Sul (PCS), permitindo que o observador possa se guiar. Sendo importante destacar que a elevação do PCS indica a latitude (distância em relação à linha do Equador) do local. Para que se possa determinar com maior precisão o Pólo Celeste Sul, deve se observar o movimento do céu, encontrando-se um ponto ao redor do qual as estrelas se movimentam.

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